7 de março de 2019

O que é ptose palpebral?

A ptose palpebral é o termo médico para pálpebra superior caída. Ela pode estar presente ao nascimento (congênita) ou pode ocorrer mais tarde na vida (adquirida). Pode ser de um lado só ou bilateral. Pode ser simétrica ou assimétrica.

A ptose palpebral é a malformação de pálpebra congênita mais comum na infância.

A ptose pode estar combinada com um distúrbio de movimento ocular e/ou apresentar visão dupla.

 

Causas da ptose congênita

O músculo levantador da pálpebra superior malformado pode levar à incapacidade de abrir o olho adequadamente. Essa é a causa mais comum de ptose congênita.

O músculo é mais fraco do que deveria, não conseguindo elevar a pálpebra.

Existem vários níveis de ptose dependendo da falta de força do músculo e pode-se classificar em leve (2mm de ptose), moderada (3mm de ptose) ou grave (4mm ou mais de ptose).

 

Causas da ptose adquirida

  1. Trauma
  2. Edema crônico: alergia ou doença de Graves
  3. Cirurgia ocular prévia
  4. Doenças neurológicas que afetam os nervos e / ou músculos do olho: miastenia gravis, oftalmoplegia externa progressiva, síndrome de Horner e paralisia do terceiro nervo craniano. São doenças muito raras em crianças.
  5. Tumor palpebral: uma massa palpebral benigna ou maligna também pode causar ptose.

 

Problemas que podem ocorrer como resultado da ptose na infância: 

  1. Astigmatismo(erro de refração): A posição de repouso anormal da pálpebra na córnea pode resultar em astigmatismo (uma deformação da córnea) ou outros erros de refração e é um fator de risco para o desenvolvimento de ambliopia (ambliopia refrativa).
  2. Obstrução do eixo visual (o caminho que a luz leva para o olho): Outro fator de risco para a ambliopia é uma pálpebra caída tão baixa que impede que a luz entre no olho e crie uma imagem na retina na parte de trás do olho (ambliopia de privação).
  3. Posição da cabeça inclinada para cima: Esta posição da cabeça é adotada para poder ver abaixo da borda da pálpebra superior caída. A contração do músculo frontal (na testa) para elevar ainda mais a pálpebra superior é um mecanismo compensatório muito comum.
  4. Ambliopia: como já descrito anteriormente.

 

Como a ptose é avaliada pelo oftalmologista?

O oftalmopediatra normalmente pergunta quanto ao tempo de início, variabilidade e presença / ausência de visão dupla, o que pode ajudar a determinar a causa da ptose.

Um exame oftalmológico completo é realizado com atenção especial à posição das pálpebras, avaliação da visão, refração e posição da cabeça.

Testes especiais, como exames radiográficos (radiografias ou tomografia computadorizada), não são comumente solicitados.

 

Quando tratar a ptose?

O tratamento é cirúrgico, com raras exceções. Na ptose congênita, a correção em geral é realizada em torno de 4 a 5 anos de idade, quando já conseguimos fazer as medidas mais corretas em relação à avaliação pré-operatória.

Se a ptose acomete o eixo visual, o tratamento é feito precocemente!

A cirurgia de pálpebra precoce geralmente é indicada para uma pálpebra caída que bloqueia a visão (que pode causar atraso no desenvolvimento da visão) ou leva a uma posição significativa da cabeça queixo erguido (o que pode causar problemas no pescoço e / ou atraso nas habilidades de desenvolvimento).

Quando o astigmatismo é significativo o suficiente para potencialmente causar ambliopia, os óculos são prescritos.

As crianças geralmente são monitoradas regularmente quanto a anormalidades visuais.

A cirurgia também pode ser indicada durante os anos pré-escolares, se a ptose não melhorar com o crescimento normal e a maturação da face.

Leia mais sobre ambliopia no nosso blog: http://bit.ly/ambliopia-eyekids

Se você desconfia que seu filho pode ter ptose palpebral, agende logo uma consulta com o especialista!;)

escrito por

Dra. Ana Carolina Cassiano

A paixão da Dra. Ana Carolina Cassiano por crianças sempre existiu. Mas foi depois de se tornar mãe que essa vocação ficou ainda maior. Sabia que seguiria a carreira de médica desde os 14 anos. Cursou medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, formando-se em 2004. Optou por se especializar em oftalmologia por afinidade. Sentia que era isso que queria fazer para o resto da vida.

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