7 de maio de 2019

Você já ouviu falar em Esotropia Acomodativa?

Você sabia que alguns tipos de estrabismo estão relacionados a erros refrativos (grau)? Saiba mais sobre um deles!

Esotropia acomodativa é um tipo de estrabismo convergente que geralmente se desenvolve entre 18 e 36 meses de idade. Freqüentemente há uma história familiar de um estrabismo, erro refrativo (geralmente hipermetropia) na infância ou ambliopia (olho preguiçoso).

 

Por que esse estrabismo ocorre?

Normalmente, as crianças já nascem com hipermetropia. Diferentemente dos adultos, elas possuem uma capacidade muito grande de compensar esse grau e, assim, focar objetos de perto. Mas, nos casos em que o grau de hipermetropia é muito alto, a criança faz um esforço muito grande para compensar o grau e focar; assim os olhos acabam convergindo muito e  desviando para dentro.

 

Algumas das características da esotropia acomodativa:

A grande maioria das crianças com esotropia acomodativa é hipermétrope e requer uso de óculos em tempo integral. Em muitas crianças, o grau de hipermetropia é simétrico, mas em outros, um olho pode apresentar maior grau do que o outro.

Estrabismo convergente que normalmente é maior quando a criança está se concentrando em um objeto próximo a ela.

Inicialmente, os pais observam o desvio apenas em algumas ocasiões ( por exemplo, quando a criança realiza atividades de perto) e o olho logo volta para o lugar. Com o tempo, o desvio começa a aparecer mais frequentemente, pois a o mecanismo de compensação do desvio vai enfraquecendo.

 

Qual o tratamento?

O tratamento inicial é a prescrição dos óculos com o grau de hipermetropia. Quando o grau não é muito alto, a criança não vai notar muita diferença na visão, o que pode trazer um pouco de dificuldade na adaptação dos óculos. Quando a hipermetropia é mais alta, o uso dos óculos também trará o benefício da melhora da visão, tornando assim a adaptação mais tranquila.

Assim que a criança começa a usar os óculos, é esperado que os olhos se alinhem.

A criança deve usar os óculos durante todo o tempo. Os pais vão notar que, quando seu filho está sem os óculos, o desvio parece maior ainda; mas isso é normal, pois, quando está usando os óculos, a musculatura dos olhos está relaxada. Quando tira os óculos, terá que fazer um esforço muito grande para focar e os olhos irão desviar.

Se o ângulo do estrabismo não é totalmente corrigido com óculos, é chamado de esotropia “parcialmente” acomodativa.  Se não houver mudanç alguma no ângulo do estrabismo com óculos, o estrabismo é considerado uma esotropia não-acomodativa. Nessas situações, pode ser necessário um procedimento cirúrgico para corrigir o desvio remanescente.

 

E o que acontece ao longo do tempo?  Meu filho terá que usar óculos para sempre?

Após o diagnóstico correto e uso dos óculos, seu filho deverá realizar exames periódicos com o oftalmologista. O grau de hipermetropia pode diminuir ao longo do tempo, mas isso não ocorre com todas as crianças. De qualquer forma, quando não acontecer a redução do grau, existem outras alternativas, como o uso de lentes de contato e cirurgia refrativa, quando seu filho for mais velho.

 

Saiba mais em: www.aao.org

escrito por

Dra. Bruna Lana Ducca

Cuidado e paciência são apenas algumas das características da Dra. Bruna Ducca, que sempre gostou de crianças e tem amor pela oftalmologia. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo em 2011. Em 2015 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de um fellowship nas áreas de Oftalmopediatria e Estrabismo no hospital infantil Childrens Medical Center, ligado à Universidade do Texas (UTSouthwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo.

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