Seu filho tem rinite? Ele também pode ter alergia ocular!

Na clínica vemos muitos casos nos quais a criança já trata rinite há anos, mas, apesar de coçar também os olhos, nunca fez tratamento de conjuntivite alérgica. E, às vezes, nunca nem foi avaliado por um oftalmologista pediátrico. Por isso, hoje vamos falar um pouquinho sobre essa condição tão frequente.;)

Nos brasileiros, as formas mais graves de ceratoconjuntivite primaveril e atópica representam cerca de 70 a 80% do total das alergias oculares. E o ácaro, que é comum em ambientes úmidos e fechados, é o alérgeno mais comum.

Na alergia ocular, o PRURIDO (coceira) sempre está presente! Outras queixas são:

• Olho vermelho
• Lacrimejamento
• Fotofobia
• Visão embaçada
• Dor (pouco frequente)

O diagnóstico é essencialmente clínico, sendo feito durante a consulta oftalmológica com o especialista. Porém, para determinarmos o agente causador da alergia, são necessários exames específicos como o Prick test (teste de pele) e exames de sangue, que podem ser solicitados pelo alergologista pediátrico.

Fique alerta: As crianças portadoras de ceratoconjuntivite primaveril apresentam comprometimento da imunidade sistêmica e local, que poderia explicar a maior incidência de infecções. Além disso, essas crianças podem levar microorganismos diretamente das mãos quando coçam os olhos e aumentar ainda mais a chance de infecção.

Crianças com alergia ocular podem acabar sendo privados de realizar muitas atividades, tais como praticar esportes ao ar livre, viajar para o campo ou praia, ter dificuldade na escola por deficiência visual, dificuldade no convívio social, entre outras.

A conjuntivite alérgica não tem cura, mas geralmente melhora após 5 a 8 anos de doença. O tratamento é fundamental para melhorar a qualidade de vida dessas crianças e evitar as principais complicações.

Como tratamento temos:

Medidas gerais:

– Evitar o alérgeno;

– Evitar agentes e substâncias irritantes, que não causam o quadro alérgico em si, mas podem contribuir para piorar um olho já ruim;

– Compressas com água gelada filtrada para alívio;

– Lágrimas artificiais de boa qualidade prescritas pelo oftalmologista pediátrico.

Tratamento medicamentoso

– Colírios

– Pomadas

– Via oral

– Vacinas

Cirurgia – muito raro.

Em casos mais graves, fazemos associação com avaliação e tratamento sistêmico junto com o alergologista/imunologista pediátrico.

Então lembre-se: se seu filho já faz tratamento de rinite alérgica e coça os olhos, ele PRECISA ser avaliado por um oftalmologista pediátrico!