22 de dezembro de 2021
A síndrome de Marcus Gunn foi descoberta em 1883 pelo oftalmologista escocês Robert Marcus Gunn. Apesar da condição ser bastante rara, é superimportante ficar de olho para que ela seja diagnostica e acompanhada precocemente
Você já ouviu falar na síndrome de Marcus Gunn? Apesar de rara, a doença representa de 2% a 13% das ptoses congênitas. Descoberta em 1883 pelo oftalmologista escocês Robert Marcus Gunn, essa condição é presente desde o nascimento do bebê, mas pode ter uma melhora no quadro clínico ao longo da vida.
De acordo com a Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, os distúrbios motores na ptose palpebral congênita representam 5% para a sincinesia de Marcus Gunn – um movimento involuntário que acontece nos músculos e refletem em outra parte do corpo. Além disso, estudos mostraram que de 50% a 60% das pessoas que possuem a condição, são associadas ao estrabismo, 25% a ansinometropia e 30% a 50% a ambliopia. Saiba mais sobre ptose palpebral.
A síndrome de Marcus Gunn pode ser definida como uma sincinesia, ou seja, a pálpebra abre quando a boca mexe. Por isso, a condição também pode ser chamada de síndrome sincinética mandíbulo-palpebral. A sequência geralmente é coordenada e os pais podem notar a síndrome precocemente no dia a dia da criança.
Até o momento, não são conhecidas causas científicas bem estabelecidas. Mas, é bastante provável que exista um vínculo com a questão dos nervos dos músculos que ficam nas pálpebras, que servem para movimentá-las.
Geralmente, os pais conseguem visualizar a condição nos filhos precocemente. Durante a amamentação ou atividades do dia a dia, por exemplo, esses movimentos coordenados podem acontecer naturalmente. A partir da descoberta, é muito importante que a família procure um oftalmopediatra para o acompanhamento correto.
Vale lembrar ainda que a síndrome de Marcus Gunn também é descrita por outras lesões oculares, como: anisometropia, ambliopia, estrabismo e lesões intra e extra-oculares. Por isso, se seu filho apresentar indícios de que possa ter a condição, é fundamental não negligenciar nenhum tipo de sintoma.
Não existe um tratamento específico para a síndrome de Marcus Gunn. Além do acompanhamento com o oftalmopediatra, a criança também pode ser atendida por um neuroftalmologista, neurologista e também psicólogo.
Quando a síndrome possui um grau mais elevado, pode causar problemas ao desenvolvimento visual. Apesar da condição não ter cura, é esperado que seja amenizada na vida adulta ou ainda que ocorra um reconhecimento dos movimentos coordenados pálpebra-mandíbula, evitando que eles aconteçam com frequência.
Quanto à cirurgia, ela só é indicada quando existe uma ptose que atrapalhe o desenvolvimento visual. Por isso, essa correção é feita nos casos de ambliopia e/ou estrabismo, mas a sincinesia em si não pode ser corrigida.
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A paixão da Dra. Ana Carolina Cassiano por crianças sempre existiu. Mas foi depois de se tornar mãe que essa vocação ficou ainda maior. Sabia que seguiria a carreira de médica desde os 14 anos. Cursou medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, formando-se em 2004. Optou por se especializar em oftalmologia por afinidade. Sentia que era isso que queria fazer para o resto da vida.
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