8 de setembro de 2020
Apesar do nome assustar um pouco, a esotropia acomodativa é uma das formas mais comuns de estrabismo. Veja mais sobre o assunto e saiba por que acontece
Apesar de parecer complicado, esse é o nome que damos aos estrabismos causados pelo grau e que são corrigidos com o uso dos óculos. Esse condição geralmente ocorre pelo esforço que a criança faz para tentar ver com nitidez, desviando assim os olhos para dentro. Nesse post, te explicamos tudo o que você precisa saber sobre o assunto, confira abaixo:
A esotropia acomodativa, ou esotropia refrativa, é uma das formas mais comuns de estrabismo. É um desvio convergente (olhos desviados “para dentro”) que acontece pelo esforço que a criança faz ao tentar focar a visão para ver nitidamente. Pacientes com esotropia acomodativa geralmente têm hipermetropia mais alta e, por isso, fazem um maior esforço para focar, principalmente para perto. Esse esforço para focar a imagem de perto é chamado de acomodação. Quanto mais próximo um objeto estiver do olho, maior será a quantidade de acomodação necessária. Um efeito colateral do esforço acomodativo é a convergência excessiva e desvio dos olhos.
Não. Normalmente, as crianças nascem com hipermetropia, mas a maioria delas não desvia os olhos. A hipermetropia é o grau que causa dificuldade para enxergar de perto nos adultos. Mas as crianças conseguem facilmente compensar esse grau (elas acomodam) e não apresentam nenhuma dificuldade para enxergar. Com o passar do tempo, os olhos vão crescendo e a hipermetropia vai diminuindo naturalmente. Algumas crianças, principalmente aquelas com graus mais elevados de hipermetropia, precisam fazer muito esforço para compensar o grau e acabam desviando.
Se os olhos desviarem numa idade precoce, a visão não se desenvolverá normalmente, pois o cérebro deixará de usar o olho que permanece desviado. A acuidade visual reduzida em um dos olhos se chama ambliopia. A percepção de profundidade (visão 3D) também pode ser prejudicada. Mas, se o estrabismo for diagnosticado e tratado precocemente, o desenvolvimento da visão pode prosseguir normalmente.
O tratamento inicial para a esotropia acomodativa geralmente envolve a prescrição de óculos ou lentes de contato para corrigir o erro refrativo do paciente (hipermetropia). O uso dos óculos vai fazer com que a musculatura dos olhos responsável pela focagem relaxe, diminuindo assim o desvio. Eles devem ser usados em tempo integral.
Mesmo depois de uma criança usar óculos com sucesso para tratar a esotropia acomodativa, ainda é normal que os olhos continuem desviando sem os óculos. Na verdade, o estrabismo pode ser ainda mais perceptível do que era antes de a criança começar a usar óculos. O importante é observar se os olhos estão alinhados com os óculos. Após o diagnostico e prescrição dos óculos, o paciente deverá passar por consultas periodicamente para monitorar o estrabismo e a visão
A cirurgia é indicada apenas se os óculos não conseguirem alinhar os olhos completamente. Nesses casos, a cirurgia de estrabismo pode ser recomendada, mas ela não elimina a necessidade de usar os óculos após (ela corrige a quantidade de desvio que residual com os óculos).
Sim, principalmente nos casos em que a hipermetropia não é tão alta. E isso geralmente acontece perto da adolescência, quando há uma redução do grau. Mas é difícil prever na primeira infância se criança vai superar a necessidade de óculos.
Crianças que continuam com hipermetropia podem ser elegíveis para cirurgia refrativa mais tarde na vida. A cirurgia refrativa é indicada após os 20 anos, quando há menor probabilidade de ocorrerem mudanças no grau.
Desviar os olhos nunca é normal (exceto ocasionalmente nos primeiros três meses de vida), e qualquer criança com suspeita de estrabismo deve ser examinada por um oftalmologista pediátrico. Além disso, é comum as crianças não se queixarem de que não estão enxergando, ou que estão fazendo esforço para enxergar. Assim, é muito importante levar os pequenos nas avaliações de rotina!
Fonte: https://aapos.org/home
Assista ao vídeo para saber mais:
escrito por
Cuidado e paciência são apenas algumas das características da Dra. Bruna Ducca, que sempre gostou de crianças e tem amor pela oftalmologia. Ela concluiu a residência médica em Oftalmologia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo em 2011. Em 2015 mudou-se para Dallas, nos Estados Unidos, para participar de um fellowship nas áreas de Oftalmopediatria e Estrabismo no hospital infantil Childrens Medical Center, ligado à Universidade do Texas (UTSouthwestern), um dos mais importantes hospitais pediátricos do mundo.
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