29 de julho de 2017

Ambliopia ou olho preguiçoso: o que é, sintomas, causas e tratamento

Se já, acredite que a grande maioria das pessoas nunca ouviu falar! Até pessoas portadoras deste problema, às vezes, não sabem que têm e, muito menos, que isso poderia ter sido tratado na infância se tivesse sido diagnosticado a tempo!

Se já, acredite que a grande maioria das pessoas nunca ouviu falar! Até pessoas portadoras deste problema, às vezes, não sabem que têm e, muito menos, que isso poderia ter sido tratado na infância se tivesse sido diagnosticado a tempo!

A Ambliopia, também chamada de doença do olho preguiçoso, acomete de 2 a 4% da população brasileira incluindo adultos e crianças – isso é uma incidência muito alta! Ela é a principal causa de baixa visão unilateral em crianças e adultos abaixo de 60 anos. É mais comum em crianças com histórico familiar, prematuros ou com atraso no desenvolvimento, mesmo assim pode aparecer em qualquer criança.

A Ambliopia é uma redução da acuidade visual mesmo com o uso de óculos. Ou seja, a pessoa tem a visão de um ou dos dois olhos diminuída mesmo usando óculos ou lentes de contato.

E ainda: o olho afetado não apresenta nenhuma alteração anatômica; é uma falha de desenvolvimento neural no sistema visual durante a infância.

A perda de visão pela ambliopia é evitável ou reversível com detecção oportuna e intervenção. Assim, é importante que as crianças com ou sem risco de ambliopia sejam identificadas ainda na primeira infância, quando o prognóstico para o tratamento bem-sucedido é melhor.

Então, o que causa a Ambliopia?

1. Estrabismo: uma das formas mais comuns de ambliopia e se desenvolve no olho desviado. Para evitar a diplopia (visão dupla), o cérebro suprime a visão do olho desviado e a criança desenvolve apenas a visão do olho que fixa nas imagens.

2. Refração (grau) não corrigida: é a forma mais comum. Existem 2 tipos.
A ambliopia anisometrópica é quando apenas um dos olhos tem um grau alto e o outro olho enxerga bem. Assim, o cérebro não consegue interpretar a imagem borrada do olho ruim e suprime essa visão. Os olhos de uma criança com ambliopia anisometrópica costumam parecer normais à família e ao pediatra, o que pode causar atraso na detecção e no tratamento.
A ambliopia isoametrópica é quando os dois olhos têm grau alto não corrigido, causando uma baixa visual bilateral. Isso ocorre devido ao o efeito deletério de imagens retinianas desfocadas no sistema visual imaturo.

3. Privação visual: a causa menos comum e mais grave. Ocorre devido a uma anormalidade ocular que obstrui o eixo visual ou interfere na visão central e impede o desenvolvimento do sistema visual. Por exemplo: catarata congênita, ptose (queda) palpebral ou lesões perioculares que cubram o eixo visual, opacidades na córnea, hemorragia vítrea.

Como tratar

O tratamento da ambliopia envolve as seguintes etapas:
¬ Eliminar (se necessário) o quanto antes qualquer obstrução do eixo visual, como uma catarata.
¬ Corrigir qualquer erro de refração significativo com óculos ou lentes de contato.
¬ Forçar o uso do olho amblíope limitando o uso do olho melhor com o uso regular de tampão, colírios ou lente de contato opaca.

A falta de adesão ao tratamento é um problema comum que pode prolongar o período de tratamento ou levar a falha pura e simples. Devido a isso, precisamos reforçar o quão importante é o entendimento da doença e a perseverança da criança e dos pais e familiares.

A ambliopia deve ser tratada antes dos 7 anos de idade para obter um melhor prognóstico. Sendo assim, não espere para levar seu filho ao oftalmopediatra apenas quando começar a alfabetização. Lembre-se, a ambliopia pode passar despercebida pelos pais e pediatras, e somente o oftalmologista pode fazer o diagnóstico.

escrito por

Dra. Ana Carolina Cassiano

A paixão da Dra. Ana Carolina Cassiano por crianças sempre existiu. Mas foi depois de se tornar mãe que essa vocação ficou ainda maior. Sabia que seguiria a carreira de médica desde os 14 anos. Cursou medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, formando-se em 2004. Optou por se especializar em oftalmologia por afinidade. Sentia que era isso que queria fazer para o resto da vida.

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